segunda-feira, 4 de julho de 2011


Viagem sensorial

Os aromas já pairavam no ar. Naquele claustro, de granito e azulejos, nada de parecido se havia alguma vez passado. Quais lâmpadas de Aladino, as garrafas iam deixar sair os génios que tinham dentro delas. O vinho, prisioneiro há mais de quarenta anos, ia poder alcançar a liberdade, ia poder dar o tão esperado prazer, ia poder finalmente ganhar a razão da sua existência. O momento era solene. Como alguém disse, uma prova de "Vintage" devia fazer-se de smoking... O vinho foi servido. Observei as expressões, de surpresa, de prazer, de concentração, até mesmo de êxtase. Seria bom poder parar o tempo, e tornar eterno aquele momento, tornar eternas as sensações que invadiram aquela sala. Mas as memórias são eternas, e enquanto a luz desaparecia lá fora, o mundo tinha ganho mais cor no coração de cada um de nós.

Vila Real, 2 de Julho de 2011

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