segunda-feira, 13 de junho de 2011

Véspera de Santo António

Confesso que ir ver as festas dos Santos Populares não faz muito o meu género. Este ano, no entanto, decidi ir dar uma volta por Alfama na véspera do dia de Santo António, acompanhada pelo meu António, como não podia deixar de ser. Equipei-me calçando os meus ténis New Balance, sim, porque mesmo para os Santos Populares é preciso ir "comme il faut", a minha mini-mala Balenciaga azul, jeans, T-shirt e o meu BlackBerry para ir captando os detalhes desta odisseia. Começámos por estacionar o carro no parque do Martim Moniz, e depois, já a pé, deliciando-me com a facilidade com que me deslocava com o que tinha calçado, pois ando quase sempre de saltos altos, passámos pela Praça da Figueira, rumando em direcção à Rua dos Fanqueiros. Nestes dias as pessoas são diferentes das que vemos normalmente nestes locais, e também se comportam de forma diferente. Vão todas muito apressadas, muitas a falar ao telemóvel, como se a festa estivesse quase a acabar. Eram ainda só sete e meia da noite! Como nesta rua há diversas escadinhas para subir para o Castelo, optámos por umas que passam à porta do edifício onde o António nasceu, pelo que ele me repetiu pela milésima vez: Não sei se já te disse, mas foi aqui que eu nasci! Subimos até a uma zona nova com uma vista linda sobre Lisboa, onde vai abrir um restaurante com esplanada. É destas coisas que Lisboa também precisa. Depois começou o sobe e desce entre ruelas, escadinhas, as bancas montadas para vender cervejas, caipirinhas, sangrias, as bancas a vender sardinhas no pão e bifanas, os restaurantes ao ar livre, as pessoas a vender às janelas das lojas e das casas, os manjericos, a música de todos os estilos desde Quim Barreiros a música de discoteca, música brasileira, de tudo um pouco. Relativamente às pessoas também há uma grande variedade, muitos estrangeiros, portugueses, novos e velhos, embora haja mais jovens, e todos com um ar de alegria e de festa, algo que gostei muito de ver. Sente-se que é uma noite onde toda a gente se quer divertir! Demos imensas voltas, as ruas já estavam completamente cheias de gente e começámos a ver os restaurantes também a abarrotar e com pessoas à espera para arranjar mesa. Comecei a ficar impaciente pois tinha decidido que ia inaugurar a época das sardinhas. Resolvi então, ao pé da Casa dos Bicos, comer uma sardinha no pão, para acalmar "as vontades", e fiquei na verdade um pouco melhor. Continuámos a andar e encontrámos então um restaurante onde havia mesa e onde resolvemos ficar. Para não mudar de tema, comi mais umas sardinhas! De volta ao passeio, e já de noite, por entre muito mais voltas e voltinhas, subimos até ao Largo das Portas do Sol, passámos pela entrada do Castelo, e descemos já a comer uma fartura até ao ponto de partida, a Praça da Figueira. E como a ginginha não podia faltar nesta noite popular, ginginha com elas claro, acabámos na rua das Portas de Santo Antão a deliciarmo-nos com uma. Ainda espreitámos as marchas na avenida da Liberdade, mas ir ainda vê-las passar, já seria pedir demais, fica para o próximo ano!

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